quinta-feira, 26 de julho de 2007

Reutilização dos Recursos Disponíveis por Gerações Futuras

Sobrevivência não é sinônimo de Sustentabilidade
Sobrevivência não depende de planos estratégicos e operacionais
Autor: Miguel Fontes *
A definição de sustentabilidade vem sendo consolidada ao longo dos últimos anos em diversas áreas das ciências humanas: sociologia, economia, administração, entre outras. Mesmo utilizando-se de ângulos distintos para caracterizar o tipo de recurso necessário para um indivíduo ou organização atingir um nível de sustentabilidade, a maioria das definições se remete diretamente à capacidade de geração e uso custo-efetivo de recursos. O principal objetivo é assegurar a possibilidade de reutilização dos recursos disponíveis por gerações futuras, ao mesmo tempo em que se geram riquezas para a sociedade. Esses recursos podem ser humanos, financeiros, organizacionais, sociais ou ambientais.
-Infelizmente, a partir dessas definições, a complexidade necessária para avaliar a sustentabilidade de muitas organizações é, muitas vezes, substituída por fatos relacionados à sobrevivência ou não de uma organização ao longo do tempo. Na área social, parece até que sobrevivência virou sinônimo de sustentabilidade. Muitas instituições sociais, por exemplo, não criam estruturas organizacionais fortes, pois centram-se em seus projetos para a prestação de serviços sociais. Sua sustentabilidade depende apenas da sua capacidade de sobreviver no caso de cessar um financiamento para um projeto específico. São, na realidade, o que poderia se considerar projetos-organização e não organizações para o fomento de projetos da concreta transformação social.Poderíamos até fazer uma analogia com um indivíduo que apenas se interessa em ganhar dinheiro para sua sobrevivência submetendo-se a diversos empregos. Sua carreira não é importante e nem tão pouco sua capacidade empreendedora para potencializar seus talentos naturais ou adquiridos durante sua vida. No entanto, quando encontra-se desempregado, vive a custa de biscates e "quebra-galhos". Logicamente, não pretendo dizer que essas atividades não têm valor, mas deve-se deixar claro que essa falta de estratégia para geração de novos recursos compromete a sua capacidade de investimentos e planejamento-A sobrevivência não depende de planos estratégicos, sistemas operacionais, capacitação, captação de novos investimentos, ou tampouco interfaces organizacionais. Seu único indicador é se a organização estará com suas portas abertas amanhã ou se o financiamento para seu projeto estará assegurado por um determinado período de tempo. Já a sustentabilidade é exatamente o contrário: ela necessita de um esforço contínuo para a definição de formas mais eficientes para redução de desperdícios, uso custo-efetivo de recursos e planejamento de todas as suas estruturas organizacionais de acordo com uma avaliação ampla das oportunidades e riscos oferecidos pelo mercado social."Infelizmente, a partir dessas definições, a complexidade necessária para avaliar a sustentabilidade de muitas organizações é, muitas vezes, substituída por fatos relacionados à sobrevivência ou não de uma organização ao longo do tempo. Na área social, parece até que sobrevivência virou sinônimo de sustentabilidade. Muitas instituições sociais, por exemplo, não criam estruturas organizacionais fortes, pois centram-se em seus projetos para a prestação de serviços sociais. Sua sustentabilidade depende apenas da sua capacidade de sobreviver no caso de cessar um financiamento para um projeto específico. São, na realidade, o que poderia se considerar projetos-organização e não organizações para o fomento de projetos da concreta transformação social.Poderíamos até fazer uma analogia com um indivíduo que apenas se interessa em ganhar dinheiro para sua sobrevivência submetendo-se a diversos empregos. Sua carreira não é importante e nem tão pouco sua capacidade empreendedora para potencializar seus talentos naturais ou adquiridos durante sua vida. No entanto, quando encontra-se desempregado, vive a custa de biscates e "quebra-galhos". Logicamente, não pretendo dizer que essas atividades não têm valor, mas deve-se deixar claro que essa falta de estratégia para geração de novos recursos compromete a sua capacidade de investimentos e planejamento futuro.A sobrevivência não depende de planos estratégicos, sistemas operacionais, capacitação, captação de novos investimentos, ou tampouco interfaces organizacionais. Seu único indicador é se a organização estará com suas portas abertas amanhã ou se o financiamento para seu projeto estará assegurado por um determinado período de tempo. Já a sustentabilidade é exatamente o contrário: ela necessita de um esforço contínuo para a definição de formas mais eficientes para redução de desperdícios, uso custo-efetivo de recursos e planejamento de todas as suas estruturas organizacionais de acordo com uma avaliação ampla das oportunidades e riscos oferecidos pelo mercado social.Evidencia-se, por fim, que muito longe de ser um sinônimo de sobrevivência, a sustentabilidade deve ser encarada como seu antônimo direto. Portanto, as organizações que se prendem a ganhos de curto-prazo em detrimento de sua missão de longo prazo estão fadadas a insustentabilidade organizacional, assim como as organizações que vivem apenas de um projeto social. As mais sustentáveis serão sempre aquelas que se voltam para uma causa social maior, estabelecem missões organizacionais claras e trabalham com objetivos de longo prazo. E, mais importante, são essas organizações que irão oferecer à sociedade um mundo melhor, mais rico e eqüitativo.Miguel Fontes é diretor da John Snow Brasil, consultoria especializada em marketing social.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Político tem que prestar contas

No Brasil não existe accountability-Nas democracias, o governante presta contas de seus atos à sociedade. O presidente dos Estados Unidos dá entrevistas quinzenais na Casa Branca, tendo que enfrentar perguntas às vezes constrangedoras, muitas vezes duras, mas quase sempre leais. Na França, o presidente cumpre o mesmo ritual. Nos países parlamentaristas, além das entrevistas periódicas, o primeiro- ministro vai semanalmente ao Parlamento, onde é "premiado"com uma saraivada de críticas da oposição, ouve discursos fortes, recebe perguntas sobre seus atos e pedidos de explicação sobre atos de governo. Tudo dentro da mais perfeita normalidade democrática. Nos Estados Unidos, secretários e titulares de agências do governo comparecem rotinei ramente às comissões da Casa dos Representantes e do Senado para responder a perguntas e prestar contas das ações dos órgãos sob sua responsabilida de. Nos países parlamentaristas, então, nem se fala. Como osministros saem, praticamente todos, do Parlamento, têm que prestar contas à sociedade, através de seus pares. O que sustenta este procedimento é a accountability, palavra ainda intraduzível em todo o seu conteúdo. Accountability contém a idéia de que a autoridade é um servidor público. Eleito ou não, tem que prestar contas de seus atos à sociedade. Ou através de periódicas entrevistas coletivas, ou através de periódicas visitas ao Parlamento. Ou ambas. (Nos Estados Unidos existe a figura do General Accounting Officer, espécie de presidente de tribunal de contas, a quem todos os secretários do governo prestam contas. )-Autoridades são remuneradas pelo povo. Muitas dormem em palácios pagos com o dinheiro do povo,locomovem-se em automóveis e aviões pagos pelo povo, movidos a combustível pago pelo povo. Alimentam-se às custas do povo. Devem, pois, satisfação de seus atos. No Brasil, disseminou-se – e não é de hoje – a noção de que autoridades não precisam prestar contas à sociedade. Sentem-se como se tivessem recebido do eleitorado um cheque em branco. Tudo podem, nada devem. Ministros "fazem o favor" de comparecer às comissões da Câmara e do Senado para prestar contas sobre sua pasta. O comparecimento de agentes do governo ao Congresso transforma-se numa batalha campal entre oposição e situação. Oposição querendo extrair o fígado da autoridade, situação prestando-se aos mais ridículos papéis para evitar a saia justa para a Excelência. Papelão! ", -Nos países parlamentaristas, além das entrevistas periódicas, o primeiro-ministro vai semanalmente ao Parlamento, onde é "premiado" com uma saraivada de críticas da oposição, ouve discursos fortes, recebe perguntas sobre seus atos e pedidos de explicação sobre atos de governo. Tudo dentro da mais perfeita normalidade democrática. Nos Estados Unidos, secretários e titulares de agências do governo comparecem rotineiramente às comissões da Casa dos Representantes e do Senado para responder a perguntas e prestar contas das ações dos órgãos sob sua responsabilidade. Nos países parlamentaristas, então, nem se fala. Como os ministros saem, praticamente todos, do Parlamento, têm que prestar contas à sociedade, através de seus pares.O que sustenta este procedimento é a accountability, palavra ainda intraduzível em todo o seu conteúdo.Accountability contém a idéia de que a autoridade é um servidor público. Eleito ou não, tem que prestar contas de seus atos à sociedade. Ou através de periódicas entrevistas coletivas, ou através de periódicas visitas ao Parlamento. Ou ambas. (Nos Estados Unidos existe a figura do General Accounting Officer, espécie de presidente de tribunal de contas, a quem todos os secretários do governo prestam contas.)Autoridades são remuneradas pelo povo. Muitas dormem em palácios pagos com o dinheiro do povo, locomovem-se em automóveis e aviões pagos pelo povo, movidos a combustível pago pelo povo. Alimentam-se às custas do povo. Devem, pois, satisfação de seus atos. No Brasil, disseminou-se – e não é de hoje – a noção de que autoridades não precisam prestar contas à sociedade. Sentem-se como se tivessem recebido do eleitorado um cheque em branco. Tudo podem, nada devem. Ministros "fazem o favor" de comparecer às comissões da Câmara e do Senado para prestar contas sobre sua pasta.O comparecimento de agentes do governo ao Congresso transforma-se numa batalha campal entre oposição e situação. Oposição querendo extrair o fígado da autoridade, situação prestando-se aos mais ridículos papéis para evitar a saia justa para a Excelência. Papelão! -Governos brasileiros confundem prestação de contas com publicidade. Gastam fortunas em publicidade paga, como se isto bastasse para justificar seus empregos. Sinto muito, mas não basta. Accountability não é contabilidade das empresas de publicidade. -Accountability é um dos pilares da democracia. De agentes públicos, o mínimo que se espera é respeito ao dinheiro do contribuinte, que paga seu salário e suas mordomias. -Accountability é menos palanque e mais debate, menos pronunciamentos e mais entrevistas, menos portarias minister iais e mais comparecimento ao Congresso. Afinal, se uma autoridade não resiste a uma crítica ou a uma palavra mais dura, talvez esteja no cargo errado. Como se diz no interior de Minas, se não agüenta o calor, que saia da cozinha.- Governos brasileiros confundem prestação de contas com publicidade. Gastam fortunas em publicidade paga, como se isto bastasse para justificar seus empregos.Sinto muito, mas não basta. Accountability não é contabilidade das empresas de publicidade.Accountability é um dos pilares da democracia. De agentes públicos, o mínimo que se espera é respeito ao dinheiro do contribuinte, que paga seu salário e suas mordomias. Accountability é menos palanque e mais debate, menos pronunciamentos e mais entrevistas, menos portarias ministeriais e mais comparecimento ao Congresso.Afinal, se uma autoridade não resiste a uma crítica ou a uma palavra mais dura, talvez esteja no cargo errado. Como se diz no interior de Minas, se não agüenta o calor, que saia da cozinha.__

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Não é o que parece para a saúde

Folha de S.Paulo - Não é o que parece - 12/07/2007Confira 30 idéias falsas disseminadas na área de saúde Quinta-feira, 12 de julho de 2007 FSPFlávia MantovaniIara Biderman____________ _________ _________ __SaúdeNão é o que pareceConfira algumas das informações erradas sempre repetidas pelos pacientes em dez áreas diferentesDizer que as aparências enganam é lugar-comum, mas, tal como a frase feita, muitas afirmações que parecem refletir o bom senso não passam de ilusão. Sabe o sorvete que você acha que causou a sua gripe? Não foi ele. Aquela espinha em seu rosto também não tem nada a ver com chocolate. E, se você se sentiu culpado depois de comer esses doces e pretende perder a barriga fazendo abdominais, esqueça. Essas são apenas algumas das idéias erradas que os médicos costumam ouvir em seus consultórios. A Folha pediu a especialistas de dez áreas que selecionassem 30 enganos recorrentes. Confira, a seguir, a verdade sobre eles:NUTRIÇÃOCOMER MASSA À NOITE ENGORDA MAIS Basicamente, o que engorda é ingerir mais calorias do que as que são gastas. Há, realmente, diferenças na forma com que as várias fontes de energia são metabolizadas, mas o que conta é a quantidade e o balanceamento adequado ao longo do dia, e não a hora exata do consumo de determinado alimento. Carboidratos, como massas, favorecem a produção de insulina, o que facilita a deposição de gorduras, mas, se forem combinados, em porções adequadas, com verduras e uma fonte de proteína, esse efeito praticamente desaparece. O AÇÚCAR MASCAVO É MAIS SAUDÁVEL QUE O AÇÚCAR BRANCO O açúcar mascavo passa por menos etapas no refinamento, mas tem o mesmo valor calórico e o mesmo índice glicêmico que o açúcar branco. Também é metabolizado da mesma forma pelo organismo. Por não se dissolver tão facilmente, muitas vezes o açúcar mascavo é acrescentado em quantidades maiores, o que é uma desvantagem. PESSOAS MAGRAS NÃO PRECISAM SE PREOCUPAR COM O COLESTEROL A hipercolesterolemia (quantidade elevada de colesterol no sangue) não significa necessariamente excesso de gordura na massa corpórea. O distúrbio, um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, pode ter causa genética e se manifestar mesmo em pessoas com peso considerado normal. Também pode ocorrer em pessoas que, por questões orgânicas, dissipam energia mais facilmente, armazenam menos gorduras no corpo etc. e por isso não engordam, mas consomem grandes quantidades de gorduras saturadas ou trans -que se transformam em colesterol "ruim" (LDL), que adere às artérias, formando as placas de gordura. FITNESSEXERCÍCIOS ABDOMINAIS DIMINUEM A GORDURA DA CINTURA E DA BARRIGA A idéia de que é possível escolher a área do corpo que vai emagrecer com a realização de determinada atividade física não faz sentido. O que emagrece é o gasto calórico produzido pelo exercício. Uma série de 20 flexões gasta menos calorias do que um minuto de caminhada. O exercício pode deixar a musculatura abdominal mais forte e definida, mas não é a forma de queimar gordura na barriga. FAZER ALONGAMENTO DEIXA A PESSOA MAIS ALTA O alongamento pode aumentar a flexibilidade e a elasticidade do segmento corporal que for alongado e, quando feito sistematicamente, ajuda a prevenir lesões de esporte. Mas não aumenta um centímetro na altura das pessoas. Eventualmente, pode melhorar a postura, o que dá a impressão de que a pessoa ficou mais alta, mas só alongar não é o suficiente para atingir uma correção postural completa e duradoura. PRATICAR EXERCÍCIO SÓ UMA VEZ POR SEMANA NÃO TRAZ BENEFÍCIOS Boa notícia para os atletas de fim de semana: embora não seja o ideal, isso pode trazer benefícios para o corpo e para a saúde mental. Os resultados da atividade física dependem de três variáveis: intensidade, duração e freqüência. Se a freqüência é baixa, mas a intensidade e a duração são adequadas, vale a pena, principalmente se o praticante tomar cuidado para não se machucar durante a prática. GINECOLOGIAUSAR PRESERVATIVO PROTEGE DA INFECÇÃO POR HPV O preservativo é uma boa prevenção para várias DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) , das quais a infecção por HPV faz parte. Mas, infelizmente, no caso específico desse vírus, a prevenção oferecida pela camisinha é muito pequena para que a pessoa possa se considerar protegida. O vírus HPV pode estar em qualquer parte da área genital, não necessariamente no pênis, e basta o contato para sua transmissão. Atualmente, a proteção considerada mais eficaz é a vacina contra HPV. TOMAR ANTIDEPRESSIVOS E ANSIOLÍTICOS NO INÍCIO DA GRAVIDEZ PODE CAUSAR MALFORMAÇÕES NO FETO Durante a gestação, o uso de qualquer tipo de medicamento deve ser avaliado pelo médico. Mas não há nenhuma evidência científica relacionando o uso de antidepressivos ou ansiolíticos a malformações fetais. Mesmo no início da gravidez, época considerada mais crítica para a formação do bebê, a possibilidade de esses remédios levarem a malformações é remota. DURANTE A GRAVIDEZ, É OBRIGATÓRIO FAZER UMA CONSULTA POR MÊS O acompanhamento pré-natal com consultas mensais pode dar segurança à gestante e favorecer o vínculo com o médico. Mas, estritamente do ponto de vista da saúde da mãe e do bebê, oferece tantas garantias quanto quatro consultas feitas em épocas específicas da gravidez se esta for de baixo risco (85% o são). O Grupo de Investigações do Estudo de Controle Pré-Natal da OMS (Organização Mundial da Saúde) considera ideal a realização de quatro consultas no pré-natal feitas na 16ª semana de gestação, entre a 24ª e a 28ª, na 32ª semana e entre a 36ª e 38ª. DERMATOLOGIACORTAR AS PONTAS DOS CABELOS OS FAZEM CRESCER MAIS RÁPIDO Cortar as pontas até deixa as madeixas menos quebradiças, mas não influencia em nada no crescimento delas, que ocorre na raiz. Hormônios, idade e questões nutricionais são alguns fatores que influem na velocidade do crescimento dos cabelos. CASPA É CONTAGIOSA Como muitos xampus que combatem a caspa têm ação antifúngica, fica a impressão de que o problema é causado por um fungo e que, assim, poderia ser transmitido de uma pessoa para a outra. Só que a caspa não é causada por microorganismos. Trata-se, na verdade, de uma disritmia do couro cabeludo que ocorre em quem tem predisposição e pode ser piorada por alguns estímulos, como mudanças de temperatura, produtos químicos ou estresse. Os fungos são apenas um fator complicador: a partir do momento em que a caspa está instalada, ocorre um maior acúmulo dos fungos que já existem na nossa flora, o que pode irritar a pele e aumentar o problema. Mas eles não "transmitem caspa". CHOCOLATE CAUSA ACNE Como a acne decorre do excesso de gordura nas glândulas sebáceas, há quem pense que alimentos gordurosos aumentariam a presença de cravos e espinhas. Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. A gordura do chocolate vai para o sangue, e não para a glândula sebácea da pele. Alimentos com alto índice glicêmico (muito açucarados, por exemplo), esses sim, quando consumidos em excesso, podem piorar a acne, já que, indiretamente, aumentam os níveis do hormônio masculino no organismo, o que intensifica o funcionamento das glândulas sebáceas. GASTROENTEROLOGIACOMER EM PÉ FAZ MAL O ato de comer em pé em si não faz mal. O que atrapalha a digestão é a tensão e o estresse que geralmente acompanham esse costume. É importante fazer as refeições com tranqüilidade, seja em pé ou sentado. CAFÉ FAZ MAL PARA O ESTÔMAGO Tomar café com moderação -de duas a três xícaras por dia- não faz mal a quem não tem nenhum problema no estômago. Há estudos que mostram, inclusive, que a bebida pode melhorar o processo de esvaziamento do órgão, favorecendo a digestão. O café só pode fazer mal a quem tem doenças como refluxo e gastrite -e, mesmo assim, não provoca esses problemas, apenas pode aumentar os sintomas em quem já é doente. Além disso, muitas vezes o culpado nem é a bebida, mas o excesso de açúcar usado para adoçá-la. DOENÇAS DO FÍGADO CAUSAM AFTA E MAU HÁLITO O fígado é culpado por muitos problemas injustamente. O gosto amargo sentido por algumas pessoas com mau hálito, por exemplo, pode dar a sensação de que o responsável é esse órgão. Mas isso raramente acontece. Geralmente, a origem está na própria boca. As doenças do fígado, aliás, costumam provocar poucos ou nenhum sintoma e apenas eventualmente atingem o aparelho digestivo. PEDIATRIAALGUMAS MÃES TÊM LEITE FRACO E O BEBÊ FICA COM FOME Não existe leite materno mais ou menos "fraco". Ele é sempre adequado às necessidades do lactente, inclusive mudando a sua composição conforme o bebê vai crescendo. O leite materno parece mais "ralo" e é mais translúcido do que o leite de vaca porque contém menos proteínas, mas é o único que possui todas as substâncias necessárias para o desenvolvimento da criança, na forma que ela pode digerir. CRIANÇAS ENTRE CINCO E SEIS ANOS QUE NÃO ENGORDAM PRECISAM SER ESTIMULADAS A COMER MAIS Na faixa etária entre cinco e seis anos, há uma desaceleração natural do crescimento e do ganho de peso. Isso é previsível e considerado absolutamente normal pelos médicos. Nessa fase, é importantíssimo respeitar o apetite e a saciedade da criança, para que ela possa desenvolver bons hábitos alimentares e corra menos risco de ter sobrepeso ou se tornar obesa. REMÉDIOS "NATURAIS" SÃO MAIS INDICADOS PARA CRIANÇAS PORQUE NÃO TÊM EFEITOS COLATERAIS Todo remédio que funciona tem efeito colateral. Medicamentos à base de plantas, considerados "naturais", ou drogas sintetizadas em laboratórios têm sempre um princípio ativo que leva ao efeito desejado em determinada dose. Essa não costuma ser a dosagem contida naturalmente em um vegetal. Se for menor do que a necessária para surtir efeito, pode contribuir para o agravamento da doença; se a dose for maior, aumenta a probabilidade de ocorrerem efeitos colaterais. OFTALMOLOGIAVER TV MUITO DE PERTO PREJUDICA OS OLHOS Muitos pais ficam preocupados quando vêem que seus filhos estão assistindo à TV muito de perto e tentam afastá-los por acharem que isso causará prejuízo para a visão. Na verdade, o que ocorre é o inverso. Crianças que ficam muito próximas da TV o fazem, normalmente, por já possuírem alguma deficiência visual -daí a necessidade de ficar a curta distância. LER EM UM VEÍCULO EM MOVIMENTO PROVOCA DESCOLAMENTO DE RETINA O descolamento de retina nunca é provocado pelo ato da leitura ou por um veículo em movimento nem pelos dois simultaneamente. Trata-se, na verdade, de um problema que ocorre por um trauma sobre os olhos ou, na maioria dos casos, de forma espontânea, devido a uma doença da própria retina chamada degeneração periférica. ÁGUA COM SAL COMBATE CONJUNTIVITE A conjuntivite é uma doença inflamatória da conjuntiva (membrana que reveste internamente as pálpebras), que pode ser causada por bactéria, vírus e alergias irritativas -a produtos químicos, por exemplo. A utilização de água com sal costuma deixar os olhos ainda mais vermelhos. OTORRINOLARINGOLOGI A QUANDO O NARIZ SANGRA, É PRECISO FICAR COM A CABEÇA PARA O ALTO Quando ocorre um sangramento do nariz, a reação quase instintiva é levantar o queixo e inclinar a cabeça para trás, para não deixar o sangue escorrer. Nessa posição, o sangue escorre do nariz em direção à garganta e pode, eventualmente, descer para o pulmão. A recomendação em caso de sangramento é abaixar a cabeça e, ao mesmo tempo, pressionar as narinas com o indicador e o polegar para estancar o sangue. TOMAR SORVETE NO INVERNO CAUSA GRIPE E DOR DE GARGANTA O que causa a gripe e a maioria das doenças de garganta são vírus. No inverno, fatores como poluição, baixa umidade e aglomerações em locais fechados fazem com que alguns vírus se propaguem mais facilmente, aumentando a incidência dessas doenças. A aparente relação entre tomar algo gelado e contrair a infecção ocorre porque a oscilação térmica pode propiciar pequenas alterações nos mecanismos de defesa do organismo, abrindo as portas para a contaminação, mas nunca é a causa delas. EXCESSO DE CERA É PREJUDICIAL AO OUVIDO A cera produzida no ouvido tem substâncias bactericidas e protege as áreas internas do órgão da umidade. Não há indicação de que precise ser retirada regularmente. Se não provoca incômodo, zumbido, dor ou dificuldade de audição, não há por que removê-la. UROLOGIAO PÊNIS TEM QUE SER GRANDE PARA DAR PRAZER À MULHER Em geral, a insatisfação com o tamanho do pênis é injustificada. A vagina é elástica e sua área mais sensível fica no terço inferior, ou seja, não é preciso ter um pênis muito grande para que a parceira tenha prazer. O tamanho médio do órgão no brasileiro vai de 7 cm a 11 cm quando flácido e de 8 cm a 17 cm quando ereto. O comprimento do órgão só é considerado problemático quando mede cerca de 4 cm em flacidez e 7,5 cm em ereção (micropênis). TODO IDOSO TEM INCONTINÊNCIA URINÁRIA Muita gente considera a perda involuntária de urina um fato típico da velhice. Mas a incontinência não deve ser encarada como algo natural: é doença e tem tratamento. Nos homens, geralmente o problema ocorre naqueles que passaram por cirurgia contra câncer de próstata. Nas mulheres, as causas são variadas: aquelas que tiveram muitos partos desassistidos ficam mais suscetíveis. Fazer rotineiramente exames de próstata, no caso dos homens, e avaliação urológica, no caso das mulheres, ajuda a prevenir o problema. Para quem já apresenta os sintomas, cirurgia ou fisioterapia oferecem grande chance de melhora. VASECTOMIA CAUSA IMPOTÊNCIA O procedimento consiste apenas na ligação dos canais que transportam o espermatozóide e não influencia em nada a potência ou o desejo sexual. O homem que passou por vasectomia continua ejaculando normalmente, só que o líquido seminal liberado não possui espermatozóides -a diferença no volume do sêmen não é perceptível. ODONTOLOGIAMAÇÃ LIMPA OS DENTES Não há nenhuma substância na maçã que higienize os dentes. Para colocar essa crença popular à prova, um dentista chamado Sumter Smith Arnim fez, em 1965, uma experiência simples: passou soluções com corantes nos dentes de voluntários e pediu que mordessem uma maçã. Como os dentes continuaram coloridos, o mito foi derrubado. GRÁVIDAS TÊM MAIS CÁRIES Há quem diga que a gestante perde o cálcio dos dentes para formar as estruturas mineralizadas do bebê e que por isso ela fica mais desprotegida e propensa a cáries. Mentira: o cálcio que vai para o bebê provém dos alimentos que a mãe ingere, e não de seus dentes. O que ocorre na gravidez é que, por questões hormonais, as mulheres podem ficar mais suscetíveis a apresentar inflamação na gengiva -o que é conhecido como gengivite gravídica. Esse problema pode ser facilmente evitado com uma boa higienização bucal, que não é diferente da recomendada para qualquer outra pessoa. ALIMENTOS QUENTES OU GELADOS CAUSAM DOR DE DENTE Se o dente dói quando entra em contato com algum alimento frio ou quente, provavelmente é porque é hora de ir ao dentista. Os dentes possuem sensores de frio e calor que permitem suportar as temperaturas dos alimentos que normalmente ingerimos (uma xícara de café, um sorvete, um refrigerante etc). Quem sente dor nesses casos pode ter hipersensibilidade dentinária, problema que deixa uma parte do dente -a dentina- exposta. ------------ --------- --------- --------- --------- --------- -Fontes: DENISE STEINER, coordenadora do departamento de cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia FABIO DE REZENDE PINNA, otorrinolaringologi sta da Associação Brasileira de Otorrinolaringologi a e do grupo de rinologia do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo) ISABEL REY MADEIRA, presidente do departamento de pediatria ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria e professora de pediatria da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) IVAN CECONELLO, professor titular das disciplinas do aparelho digestivo e de coloproctologia da Faculdade de Medicina da USP e presidente do 34º Gastrão (Curso de Atualização em Cirurgia do Aparelho Digestivo e Coloproctologia) LUCIANO FAVORITO, secretário-geral da Sociedade Brasileira de Urologia e professor da Uerj MARIANA DEL BOSCO, nutricionista da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) e da Liga de Obesidade Infantil do Hospital das Clínicas da USP ROBERTO VIANNA, consultor da Associação Brasileira de Odontologia e professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) TURÍBIO LEITE DE BARROS, professor do departamento de fisiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) WAGNER GHIRELLI, oftalmologista, chefe do setor de doenças da retina do Instituto Tadeu Cvintal WLADIMIR TABORDA, ginecologista, consultor do Hospital e Maternidade São Camilo e autor de "A Bíblia da Gravidez" (ed. CMS)------------ --------- --------- --------- --------- --------- -URL: http://www1. folha.uol. com.br/fsp/ equilibrio/ eq1207200706. htm

Educar para sobreviver

Educar para sobreviver-Escolas despertam para a importância da educação ambiental, mas ainda se ressentem da carência de metodologias integradas ao cotidiano- Carolina Cassiano-Já se passaram quinze anos desde as discussões da Conferência dasNações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92, e dez anos doProtocolode Kyoto, quando mais de 160 países se comprometeram a lutar contra o aquecimento global. Enquanto o debate teórico amadurecia e culminava no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas - com a conclusão de que a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa é capaz de desacelerar o aquecimento global -, os termômetros das cidades mostravam a palpável realidade das alterações climáticas, percebida pela população. Pesquisa recente do Ibope mostra que, mesmo entre aqueles com formação até o ensino médio e com renda de até um salário mínimo, 80% se dizem muito preocupados com a questão ambiental.Acompanhando a tendência mundial, as escolas assumiram a responsabilidade de introduzir as questões relativas ao meio ambiente em seu dia-a-dia,como intuito de formar cidadãos conscientes quanto ao impacto de suaspráticas. Cada uma com fórmulas e métodos variados, com resultados que não podemseravaliados com nota, muito menos no curto prazo. O desafio é sair dodiscursovazio e criar novos hábitos entre os jovens.Segundo o Censo Escolar 2004, quase todas as escolas brasileiras deensino fundamental incluem educação ambiental em sua grade curricular. O saltoérecente. Em 2001, 115 mil escolas, ou 61,2% do universo escolar,declaravamdedicar-se ao tema. Em 2004, eram 152 mil escolas - 94% do total.Nesses três anos, o percentual de escolas ligadas ao tema na região Nortepassoude 54% para 93%; no Sul e Sudeste atingiu 97%.O problema é como fazem isso. O Censo mostra que 66% das escolasdeclararamdesenvolver ações de educação ambiental por meio de projetos; 38%utilizam a modalidade inserção no projeto político pedagógico e 34% o meioambientecomo tema transversal às outras disciplinas. O ponto de partida de cadaumaestá intimamente relacionado à iniciativa de um ou mais docentes em 59%dos casos. Os dados fazem crer que a educação ambiental ainda não estásistematizadacomo parte constante do programa da maioria das escolas. Ainda assim,háboas iniciativas em curso.TransversalidadeFelipe Pacheco, estudante do 2o ano do ensino médio do ColégioArquidiocesano, em São Paulo, achava uma bobagem reciclar. "Eu pensava 'ninguém faz,porque vou fazer?'", diz. Na 8a série, o professor de ciências propôs umtrabalhoem que ele deveria verificar a quantidade de lixo que se produzia pormês em sua casa. "Isso me abriu os olhos", diz.Na maioria das escolas, a educação ambiental é orientada pelosprofessoresde ciências ou biologia, pela afinidade natural com o tema - nem semprecoma obrigação sistemática de sensibilizar alunos, mas com o objetivo deinformar ou fazer refletir sobre as conseqüências da atuação das fábricas, datecnologia,do consumismo excessivo e sobre a preservação do ar. Para formar umprojetode educação ambiental eficiente, no entanto, muitas escolas perceberamque precisam ir além da teoria em uma única disciplina. Por essa razão,muitasincorporaram nos currículos projetos transversais que mobilizam todasasmatérias.Assim fez o Arquidiocesano que, desde 2004, mantém o projeto SaberCuidar, que incentiva a atenção ao meio ambiente, com as pessoas e com asrelações.Motivado pela assembléia internacional que culminou na criação daAgenda21, o projeto tem encontros de formação com professores, alunos efuncionários, para que todos discutam sobre o futuro do planeta e aprendam novoshábitos,como economia de papel e redução do uso de copinhos plásticos. Também há medidas práticas, como a coleta de 10 mil garrafas pet juntoaos alunos para fazer a ornamentação de Natal ou a coleta de pilhas ebateriaspara que não sejam descartadas com o lixo comum. Essa coerência entrediscursoe prática é detectada pelos alunos, que aprendem com o exemplo."Percebo que o Arqui aplica os conceitos que ensina. Isso diminui o risco de osensinamentosficarem apenas no blablablá", diz Felipe.Outra abordagem foi escolhida pelo Colégio Rio Branco, em São Paulo,quecriou uma organização de combate ao desperdício, incentivo à reciclageme busca da qualidade de vida. A escola elaborou um trabalho conjunto comaEletropaulo, que pedia aos alunos que levassem as contas de luz àescolapara mapear os gastos e propor a redução. "Usamos esse mote para fazerestudos em matemática, geografia, história, ciências e outras matérias, com oobjetivode levantar quais novas atitudes poderiam mudar e por que isso seriapositivopara o mundo", diz Rosângela Guedes, supervisora pedagógica. O RioBranco também passou a desligar as luzes do corredor em horário de almoço edassalas nos intervalos de aula. Surtiu efeito. "Reduzimos em 80 kwh o consumo na minha casa", contaTitoBicalho da Fonseca, dez anos, estudante da 4ª série. "Ninguém maisdeixa a TV ligada quando sai da sala. Também aprendi a não poluir o meioambientee a andar mais de transporte público."Segundo especialistas, ao trabalhar a educação ambiental, a escola deveterclaro o intuito de mudar hábitos dos estudantes, professores efuncionários. Afinal, educação ambiental significa ensinar a idéia de desenvolvimentosustentável,segundo a qual os crescimentos econômico, social e ambiental estãoassociadose não podem comprometer o futuro um do outro. "A educação ambientalestá ligada a um conceito ético que quer criar uma cultura não-predatória,comestilos de vida diferentes dos nossos, que hoje caminham para um mundoinsustentável",diz Célio da Cunha, porta-voz da Unesco no Brasil para a educação. Daí a importância de o tema passar por todas as disciplinas e por todaainstituição. "É um assunto transversal, assim como ética e cidadania,daquelesque só se ensina se toda a escola estiver sintonizada e transpirando omesmo modo de pensar e agir", conceitua Rachel Trabjer, antropóloga,lingüistae coordenadora de Educação Ambiental do Ministério da Educação (MEC).Mas não são todos que afinam bem teoria e prática. O Censo Escolar 2004mostra, por exemplo, que apenas 49% das escolas brasileiras que têm educaçãoambientalutilizavam a coleta periódica como destino final do lixo; 41% delasdeclararamqueimar o lixo e apenas 5% o reutilizavam ou reciclavam. Estudos do meioLucas Couto, da 3ª série do Colégio Elvira Brandão, ao lado dacoordenadoraMaria Lúcia Severo: atividade na escola estimulou-o a propor reciclagemnoprédio onde mora Os estudos do meio estão entre os projetos de maior efetividade quandoo tema é meio ambiente. Levar os alunos a um trabalho de campo, emlugarescujo ecossistema se destaca - seja pela preservação exemplar ou pelaimpactantedevastação local - surte efeito. Por meio do contato com esses cenáriose seus moradores, as instituições sensibilizam os jovens para refletir erealizarsínteses coletivas e trabalhos.Na lista dos principais destinos selecionados pelas escolas paulistanasestãoCananéia, Baixada Santista, Ilha do Cardoso, Paraibuna, Volta Redonda,Vale do Ribeira, Angra dos Reis e Pantanal. No Colégio Santa Cruz, por exemplo, esse tipo de projeto começa noensinofundamental e se estende até o primeiro ano do ensino médio, quando,duranteum semestre, o professor de biologia ministra a disciplina "meioambiente". O trabalho prevê que os alunos escolham um destino (Ilha Grande, ValedoRibeira, Paraty, Pico de Itatiaia ou Amazônia) e passem dez diasvisitandoos lugares e conhecendo as comunidades de perto. "Eles dormem em redes,interagem com as pessoas, comem o que elas comem. O projeto é obrigatório e oobjetivopedagógico é sensibilizar o aluno", diz Fabio Aidar, vice-diretor docolégiopaulistano. Isabela Campos Deveza, de 16 anos, cursa o 2º ano do ensino médio noSanta Cruz. Viajou ano passado à Amazônia com a escola. Na bagagem de volta,trouxeuma nova visão de mundo. "Nossa demanda de consumo aqui chega àAmazôniaem forma de devastação predatória dos recursos naturais. Enxergandoisso, muda a sua maneira de consumir", reflete. A estudante diz que outros valores foram também resgatados com aexperiência."A comunidade abriu as portas para nós e dividia tudo o que tinhaconosco.Isso me fez valorizar esse tipo de carinho e de relação humana", conta. Atividades complementaresPara promover a discussão sobre o impacto das mudanças climáticas noBrasile no mundo, o Colégio São Luís colocou cerca de 40 alunos do ensinomédioem contato, via videoconferência, com outros 60 estudantes do ColégioBoa Viagem, de Recife, e do colégio The Grey Coat School, de Londres. Felipe Pacheco, aluno do Arquidiocesano: projeto que o obrigou averificara quantidade de lixo caseiro abriu seus olhos para a reciclagem Para esse evento, preparou aulas extras, fez reuniões e propôs umapesquisa de campo, que os alunos fizeram com familiares e amigos, para saber oqueas pessoas sabiam sobre o fenômeno do aquecimento global, quais medidasdeveriamser tomadas, quais aceitariam encampar. No encontro, discutiram arealidade de cada cidade e, ao final, os estudantes concluíram ser necessário ousode meios de transporte coletivos como o metrô, de combustíveisalternativoscomo o biodiesel, além do rodízio de veículos. Rodrigo Dornelles, do 3º ano, participou da videoconferência. Para ele,apesar de o tema ser sempre debatido na imprensa, o processo formador competeàescola. "Confiamos nos nossos professores mais do que na mídia, porissoa escola é tão importante para nos orientar, sensibilizar e sermos maiscríticos. O debate ético e o convite à reflexão quem faz é a escola", diz.Apesar de trabalhar com a transversalidade, o Colégio Oswald Caravelas,tambémde São Paulo, optou por criar uma disciplina que aborde exclusivamenteaspectos do meio ambiente. No ensino médio, a escola oferece aos alunos opçõesparauma matéria eletiva a cada ano. Entre as do 2º ano, está a"biodiversidade".No 1o semestre, além de discussões aprofundadas, o curso aborda ética eajuda cada aluno a escolher um tema sobre o qual deverá escrever umamonografia,em moldes acadêmicos. "A escola ensina metodologia de pesquisa e cobraenvolvimentodos alunos que, com isso, adquirem discurso político, postura crítica esensibilizada", diz Adélia Pasta, diretora do ensino médio.Com criançasNa educação infantil, há escolas bastante empenhadas em proportrabalhosque desenvolvam hábitos responsáveis desde cedo, o que parece maissimplesdo que consertar comportamentos viciados. As iniciativas são bemdiversas. Na Escola Viva, cujo projeto nasceu em 1991, há algumas frentes deação:um trabalho educativo com professores e funcionários para desenvolvervaloresligados à preservação do meio ambiente; um coletor de lixo reciclávelinstalado na porta da escola para a comunidade; e uma central de sucata, querecolheobjetos reaproveitáveis para utilizar no ateliê da escola, entreoutros.O plano pedagógico prevê o uso do quintal da escola, projetado com ointuito de aproximar crianças urbanas da natureza - coelhos, galinhas,marrecos,jabutis, borboletas, tatus, passarinhos e plantas. "O convívio combichose plantas ajuda a provocar conflitos, a exercitar valores em situaçõesconcretas, a discutir a relação com o outro e a respeitar a vida", diz SôniaMarinaMuhringer, coordenadora de meio ambiente da escola e co-autora do livroinfantilVerde e a Vida (Editora Ática).Rachel Trabjer, coordenadora de Educação Ambiental do MEC: ações paraoferecer ferramentas e conhecimento a professores e escolas públicas Segundo a educadora, os pequenos absorvem esse conhecimento, aderem àspráticasadequadas e logo viram fiscais dos adultos. "Eles levam para fora daescola, impedem os pais de desperdiçar, não matam insetos, ensinam o jardineiroacortar certo a grama e ficam incomodados com a postura errada", diz. "Oadultoresiste mais a abrir mão de hábitos. Nada melhor do que uma criançapara fazê-lo rever sua postura", diz Sônia.Inspirado na Assembléia Geral das Nações Unidas, que proclamou aDeclaraçãodo Milênio e os "8 Jeitos de Mudar o Mundo", o Colégio Guilherme DumontVillaresresolver criar, como estratégia pedagógica, um personagem infantil parainteragircom as crianças da educação infantil, o Dumonzinho. Por meio dehistórias,criadas em classe, o personagem aborda temas como empreendedorismo,erradicação da fome, saúde, qualidade de vida e meio ambiente. Todo ano, umahistóriaé publicada em livro.Este ano, a sustentabilidade ambiental é o foco do personagem. Em 2006,foio processo de desertificação. "A meninada de até 10 anos é a maisconsciente. É a geração dos tsunamis, da mudança de temperatura, do rio Amazonasseco,de Nova Orleans alagada. Estão com medo dessa realidade e precisamoslidarcom isso, em linguagem infantil, para buscar a preservação da vida",diz a diretora, Eliana Aun.Também na linha de materiais pedagógicos lúdicos vai a escola Trilha daCriança,que este ano desenvolve um álbum de figurinhas com o tema "Parapreservaro meio ambiente, basta plantar a semente". Cada evento feito na escolagera um cromo. "Trouxemos uma pessoa que trabalha com coleta seletiva paraumaconversa com as crianças. A foto virou uma figurinha", explica AnaMariaPereira Teixeira, coordenadora pedagógica. Todos os alunos recebem oálbum, que contém explicações sobre os temas ilustrados, e também os cromos,quechegam em pacotinhos, alguns propositalmente repetidos, para que osalunosos troquem. O álbum, de 125 imagens, ficará completo até o fim do ano. A escola, que tem como lema o cuidado consigo, com o outro e com omundo,tem 19 compromissos, entre eles o combate ao desperdício e uso racionaldaágua. "Todo mês, a garotada de quatro, cinco anos faz reuniões paradiscutir questões ambientais e o reaproveitamento de alimentos", diz Ana Maria.No Colégio Elvira Brandão, as crianças são levadas a fazer experimentosparacomparar a qualidade da água da torneira com a água de um rio, porexemplo. A turma do maternal foi ao laboratório observar quais materiaisboiariame quais afundariam, se jogados na água. "Aprenderam que não se podejogarnada no rio para não impedir a luz de entrar e para não encher o fundode lixo", conta a professora do laboratório de ciências, Lídia Yamana. O trabalho pedagógico da escola levou um dos alunos a propor umacampanhade reciclagem no prédio. Com ajuda da mãe, conversou com a síndica eagora está elaborando cartazes para o prédio todo, além de querer levar oslatõesde coleta seletiva para o edifício. "Tirar o lixo do meio ambiente éumaforma de melhorar o mundo e evitar que aumente o efeito estufa naatmosfera. Aprendi isso este ano na escola", diz Lucas Couto, nove anos, estudanteda3ª série. Lucas também quer ensinar as crianças do prédio a reciclarpapel."Fica bonito e dá para usar para escrever, desenhar, fazer jornalzinhoe origami", diz.Rede públicaEm nível nacional, o Brasil hoje tem uma política de educaçãoambiental,colocada em prática por meio de parcerias entre o Ministério daEducaçãoe o Ministério do Meio Ambiente. O intuito é prover ferramentas econhecimento a professores e escolas da rede pública para que articulem o debatesobrea educação ambiental na instituição e na comunidade. Entre os projetos,estáa Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, da qualparticiparam cerca de 20 mil escolas, que dá subsídios aos professores para adiscussãode problemas locais e mundiais com alunos, professores e comunidade.Também há um projeto de formação de professores, pelo qual já passaramquase 30 mil docentes, em seminários de três dias. "A estratégia é aconstruçãodo conhecimento dialógico, não reprodutor, mas produtor de diferentesformasde agir e pensar", diz Rachel Trabjer, do MEC.A crítica da antropóloga é direcionada aos projetos isolados daproposta pedagógica. "As escolas acabam muitas vezes relacionando educaçãoambientala uma coisa pontual, como plantar uma árvore, e não percebem que devesertratada como uma visão de mundo, elaborada a partir do meio ambiente",alerta. Ela diz que isso se dá por falta de preparo dos professores."Infelizmente,isso ainda não é disciplina das licenciaturas, por isso o que fazemmuitasvezes é voltado para o imediato."Autor de diversas publicações sobre o meio ambiente para usopedagógico, o professor Paulo Robson de Souza, da Universidade Federal de MatoGrossodo Sul, concorda com Rachel. "As licenciaturas deveriam trabalhar oassuntoe a universidade deve esvaziar as gavetas com o conhecimento sobre meioambiente, para que venha a público em linguagem acessível", diz o biólogo, queacabade lançar a coleção Valorizando a Biodiversidade no Ensino de Botânica,queorienta como explorar a flora do Pantanal de forma didática.

Conceitos sobre o lixo

Fonte: Educação Ambiental em Ação. LIXÕES do BRASIL. Conceitos do lixo, seu histórico e especificidades.Delfina Sampaio de Oliveira Silva / Geógrafa, Especialista em Educação Ambiental 11/07/2007 CONCEITO DE LIXO: Lixo é todo e qualquer resíduo proveniente das atividades humanas ou geradopela natureza em aglomerações urbanas. Comumente, é definido como aquiloque ninguém quer. Porém, precisamos reciclar este conceito, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua totalidade. A imagem mental que se forma quando pensamos em lixo é de algo sujo,malcheiroso e cheio de bichos. O primeiro instinto é nos afastar dessa situação.E é interessante como transferimos esse conceito para as pessoas que lidam com o lixo: o funcionário da limpeza pública, os catadores de papel, as pessoasque vivem nos lixões... Mudar esse conceito e mostrar a responsabilidade de cada um na geração edestinação do lixo é uma tarefa delicada. Afinal, o nosso único sentimento em relação ao lixo é querer nos ver livre dele o mais rápido possível. Um dos caminhos por onde começar é através da informação.
O conhecimento pode nos levar à reflexão e, a reflexão, à mudança de atitude.Assim, convidamos você para vir conosco saber um pouco mais sobre o lixo!CONCEITOS DE LIXO ATRAVÉS DA HISTÓRIA Desde os tempos mais remotos até meados do século XVIII, quando surgiram as primeiras indústrias na Europa, o lixo era produzido em pequena quantidadee constituído essencialmente de sobras de alimentos.A partir da Revolução Industrial, as fábricas começaram a produzir objetosde consumo em larga escala e a introduzir novas embalagens no mercado,aumentando consideravelmente o volume e a diversidade de resíduos gerados nas áreasurbanas.O homem passou a viver então a era dos descartáveis em que a maior partedos produtos ? desde guardanapos de papel e latas de refrigerante, até computadores ? são inutilizados e jogados fora com enorme rapidez.Ao mesmo tempo, o crescimento acelerado das metrópoles fez com que as áreasdisponíveis para colocar o lixo se tornassem escassas. A sujeira acumuladano ambiente aumentou a poluição do solo, das águas e piorou as condições de saúde das populações em todo o mundo, especialmente nas regiões menosdesenvolvidas.Até hoje, no Brasil, a maior parte dos resíduos recolhidos nos centros urbanosé simplesmente jogada sem qualquer cuidado em depósitos existentes nas periferias das cidades.
A questão é: o que fazer com tanto lixo?Felizmente, o homem tem a seu favor várias soluções para dispor de formacorreta, sem acarretar prejuízos ao ambiente e à saúde pública. O ideal,no entanto, seria que todos nós evitássemos o acúmulo de detritos,diminuindo o desperdício de materiais e o consumo excessivo de embalagens.Nos últimos anos, nota-se uma tendência mundial em reaproveitar cada vezmais os produtos jogados no lixo para fabricação de novos objetos,atravésdos processos de reciclagem, o que representa economia de matéria prima ede energia fornecidas pela natureza.Assim, o conceito de lixo tende a ser modificado, podendo ser entendido como"coisas que podem ser úteis e aproveitáveis pelo homem". Do livro "Lixo - De onde vem? Para onde vai?" de Francisco Luiz Rodriguese Vilma Maria Gravinatto - Ed. ModernaPara determinar a melhor tecnologia para tratamento, aproveitamento ou destinaçãofinal do lixo é necessário conhecer a sua classificação.
Lixo urbano.Formado por resíduos sólidos em áreas urbana, inclua-se aos resíduos domésticos,os efluentes industriais domiciliares (pequenas industria de fundo de quintal)e resíduos comerciais.Lixo domiciliar. Formado pelos resíduos sólidos de atividades residenciais, contém muita quantidadede matéria orgânica, plástico, lata, vidro.Lixo comercial.Formado pelos resíduos sólidos das áreas comerciais Composto por matéria orgânica, papéis, plástico de vários grupos.Lixo público.Formado por resíduos sólidos produto de limpeza pública (areia, papéis,folhagem,poda de árvores).Lixo especial.Formado por resíduos geralmente industriais, merece tratamento,manipulação e transporte especial, são eles, pilhas, baterias, embalagens de agrotóxicos,embalagens de combustíveis, de remédios ou venenos.Lixo industrial.Nem todos os resíduos produzidos por industria, podem ser designados como lixo industrial. Algumas industrias, do meio urbano, produzem resíduos semelhantesao doméstico, exemplo disto são as padarias; os demais poderão ser enquadradosem lixo especial e ter o mesmo destino.Lixo de serviço de saúde. Os serviços hospitalares, ambulatorias, farmácias, são geradores dos maisvariados tipos de resíduos sépticos, resultados de curativos, aplicação demedicamentos que em contato com o meio ambiente ou misturado ao lixo doméstico poderão ser patógenos ou vetores de doenças, devem ser destinados à incineração.Lixo atômico.Produto resultante da queima do combustível nuclear, composto de urânio enriquecidocom isótopo atômico 235. A elevada radioatividade constitui um grave perigo à saúde da população , por isso deve ser enterrado em local próprio,inacessível.Lixo espacial.Restos provenientes dos objetos lançados pelo homem no espaço, que circulamao redor da Terra com a velocidade de cerca de 28 mil quilômetros por hora. São estágios completos de foguetes, satélites desativados, tanques de combustívele fragmentos de aparelhos que explodiram normalmente por acidente ou foramdestruídos pela ação das armas anti-satélites.Lixo radioativo. Resíduo tóxico e venenoso formado por substâncias radioativas resultantesdo funcionamento de reatores nucleares. Como não há um lugar seguro paraarmazenar esse lixo radioativo, a alternativa recomendada pelos cientistas foi colocá-lo em tambores ou recipientes de concreto impermeáveis e aprovade radiação, e enterrados em terrenos estáveis, no subsolo.LIXÕES NO BRASIL Mesmo tendo conhecimento dos diversos tipos de lixo e de sua complexidade em relação à contaminação, o lixo, em geral, ainda é tratado com descasopelos órgãos públicos, sendo alijado às periferias das metrópoles em formade lixões:fonte de vetores que disseminam doença à população, sem contar a contaminação dos solos que pode alcançar o lençol freático,contaminandoas águas. Este não é um problema só de pequenos municípios, grandes metrópoles comoSão Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte apresentam as duas opções: aterro sanitário e lixões. A produção excessiva de lixo é uma dasdoençasde consumo do século atual. Uma das formas de combater este problema é basicamenteiniciara Educação Ambiental desde a pré-escola, criando multiplicadores por todo planeta. Afinal o Planeta é de todos e deve ser conservado por todos

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Fracassos brilhantes

Quando os fracassos são brilhantes
Tolerar o erro – e até encorajá-lo – é um mandamento para qualquer empresa que deseja crescer pela via da inovação. Afinal, toda grande idéia implica correr riscos. Com esse paradigma em mente, o vice-presidente sênior do banco holandês ABN AMRO, Paul Iske, decidiu fundar o Institute of Brilliant Failures – algo como “Instituto das Falhas Brilhantes”, em inglês. A idéia partiu do “Second Chance”, programa mantido pelo próprio ABN que apóia empresários que foram à falência na hora de abrir um novo negócio. “Hoje, as pessoas que têm iniciativa são verdadeiros heróis. Nós queremos apoiar estes indivíduos e iniciar uma discussão sobre a importância das pessoas darem a largada para a inovação em todas as áreas”, explica Iske. Tomando essa premissa, o Institute of Brilliant Failures expandiu o conceito de “falência brilhante” para o de “erros brilhantes”.De acordo com o executivo, existem dois tipos de erros: os estúpidos e os brilhantes – e é nestes que os gestores devem manter o foco. Um erro brilhante, diz Iske, é uma tentativa louvável que não dá certo devido a circunstâncias desfavoráveis. Alguns fatores ajudam a qualificar um insucesso como “brilhante”: a intenção inicial era adicionar valor à organização ou à sociedade; e o resultado final do equívoco é um aprendizado que, muitas vezes, leva ao sucesso. Iske cita como exemplo, o caso do Viagra. A intenção inicial dos laboratoristas era desenvolver um medicamento que combatesse a angina, ou dores no peito. Os testes começaram em 1991 e foram um fiasco. A não ser pelo fato de que os pacientes começaram a apresentar um inusitado efeito colateral – ereções duradouras. Em pouco tempo, a Pfizer começou a testar o remédio justamente para combater a impotência. “Em 1998, o Viagra se tornou a primeira droga a tratar do problema, e o ‘blockbuster’ se tornou um nome conhecido por todos desde então”, relata Iske. Ele prega que as empresas precisam ampliar a visão exclusivamente voltada para o alcance de metas e o monitoramento do desempenho dos empregados. Para atrair e manter talentos, as companhias precisam permitir e até encorajar o erro. “Não há inovação sem falhas e não há falhas sem inovação”, apregoa Iske, que também ocupa, no ABN, o cargo de Chief Knowledge Officer (CKO), algo como “vice-presidente de conhecimento”.Pênalti em amistoso – Na prática, porém, a maioria das empresas – inclusive algumas que se dizem inovadoras – adotam uma cultura que penaliza o erro e seu causador. De acordo com o consultor Mauro Anderlini, diretor da Edusys Educação & Performance, muitos executivos, principalmente os brasileiros, dedicam-se demais às questões de curto prazo e não reservam nenhum tempo para aprender com as falhas. Conseqüentemente, preferem mandar para a rua aqueles que ousaram errar. “A postura habitual, quando se comete um erro, é a reparação instantânea”, comenta Anderlini. O consultor aprova o conceito de “falha brilhante” de Iske, mas acredita que a definição seja um pouco subjetiva. “Cada organização precisa criar uma métrica própria para explicar aos seus funcionários quais erros são considerados aceitáveis, evidenciar o momento em que um erro deixa de ser brilhante e torna-se inadmissível”, argumenta Anderlini. Esta métrica, para ele, deve ser avaliada sempre de acordo com a circunstância em que as falhas são cometidas. “Uma coisa é perder um pênalti no início de um jogo amistoso, outra é perder um pênalti no último minuto de uma final de campeonato. São erros \nsemelhantes, mas a circunstância faz toda a diferença”, ilustra.
De acordo com o executivo, existem dois tipos de erros: os estúpidos e os brilhantes – e é nestes que os gestores devem manter o foco. Um erro brilhante, diz Iske, é uma tentativa louvável que não dá certo devido a circunstâncias desfavoráveis. Alguns fatores ajudam a qualificar um insucesso como “brilhante”: a intenção inicial era adicionar valor à organização ou à sociedade; e o resultado final do equívoco é um aprendizado que, muitas vezes, leva ao sucesso. Iske cita como exemplo, o caso do Viagra. A intenção inicial dos laboratoristas era desenvolver um medicamento que combatesse a angina, ou dores no peito. Os testes começaram em 1991 e foram um fiasco. A não ser pelo fato de que os pacientes começaram a apresentar um inusitado efeito colateral – ereções duradouras. Em pouco tempo, a Pfizer começou a testar o remédio justamente para combater a impotência. “Em 1998, o Viagra se tornou a primeira droga a tratar do problema, e o ‘blockbuster’ se tornou um nome conhecido por todos desde então”, relata Iske. Ele prega que as empresas precisam ampliar a visão exclusivamente voltada para o alcance de metas e o monitoramento do desempenho dos empregados. Para atrair e manter talentos, as companhias precisam permitir e até encorajar o erro. “Não há inovação sem falhas e não há falhas sem inovação”, apregoa Iske, que também ocupa, no ABN, o cargo de Chief Knowledge Officer (CKO), algo como “vice-presidente de conhecimento”.
Pênalti em amistoso – Na prática, porém, a maioria das empresas – inclusive algumas que se dizem inovadoras – adotam uma cultura que penaliza o erro e seu causador. De acordo com o consultor Mauro Anderlini, diretor da Edusys Educação & Performance, muitos executivos, principalmente os brasileiros, dedicam-se demais às questões de curto prazo e não reservam nenhum tempo para aprender com as falhas. Conseqüentemente, preferem mandar para a rua aqueles que ousaram errar. “A postura habitual, quando se comete um erro, é a reparação instantânea”, comenta Anderlini. O consultor aprova o conceito de “falha brilhante” de Iske, mas acredita que a definição seja um pouco subjetiva. “Cada organização precisa criar uma métrica própria para explicar aos seus funcionários quais erros são considerados aceitáveis, evidenciar o momento em que um erro deixa de ser brilhante e torna-se inadmissível”, argumenta Anderlini. Esta métrica, para ele, deve ser avaliada sempre de acordo com a circunstância em que as falhas são cometidas. “Uma coisa é perder um pênalti no início de um jogo amistoso, outra é perder um pênalti no último minuto de uma final de campeonato. São erros semelhantes, mas a circunstância faz toda a diferença”, ilustra. Em entrevista a AMANHÃ, o economista Carlos Hilsdorf – consultor de empresas como Nestlé, Petrobras, Banco do Brasil e Coca-Cola – fala sobre a diferença ser criativo e inovador. Confira:O brasileiro é mais criativo ou inovador?Com certeza, somos mais criativos do que inovadores e acho que isso é uma questão a ser resolvida. A criatividade não está comprometida com a geração de valor, é algo alternativo. Já a inovação tem a premissa básica de adicionar valor a produtos ou negócios e viabilizar processos no longo prazo. Criatividade é algo mais comportamental, algo típico do brasileiro. É claro que a inovação não vive sem a criatividade. Mas ser criativo não significa ser inovador.As empresas brasileiras são inovadoras?Não. Ainda temos de difundir a cultura da inovação. É um processo que vem melhorando, mas ainda falta muita consciência e investimento. Tudo que envolve processos leva tempo para se configurar em algo real. O maior incentivo é conscientizar o empresário de que qualquer vantagem competitiva está sempre ligada à inovação. O que me preocupa é nossa cultura, esse “jeitinho brasileiro” que é usado para contornar problemas em vez de resolvê-los."
Luiza Piffero)
Link relacionado:Edusys


Poucas Palavras (Marcos Graciani)
Em entrevista a AMANHÃ, o economista Carlos Hilsdorf – consultor de empresas como Nestlé, Petrobras, Banco do Brasil e Coca-Cola – fala sobre a diferença ser criativo e inovador. Confira:
O brasileiro é mais criativo ou inovador?
Com certeza, somos mais criativos do que inovadores e acho que isso é uma questão a ser resolvida. A criatividade não está comprometida com a geração de valor, é algo alternativo. Já a inovação tem a premissa básica de adicionar valor a produtos ou negócios e viabilizar processos no longo prazo. Criatividade é algo mais comportamental, algo típico do brasileiro. É claro que a inovação não vive sem a criatividade. Mas ser criativo não significa ser inovador.
As empresas brasileiras são inovadoras?
Não. Ainda temos de difundir a cultura da inovação. É um processo que vem melhorando, mas ainda falta muita consciência e investimento. Tudo que envolve processos leva tempo para se configurar em algo real. O maior incentivo é conscientizar o empresário de que qualquer vantagem competitiva está sempre ligada à inovação. O que me preocupa é nossa cultura, esse “jeitinho brasileiro” que é usado para contornar problemas em vez de resolvê-los.
Qual é o maior desafio para se implementar uma cultura inovadora em uma empresa?Com certeza, é superar a última inovação feita. Este é o grande dilema das companhias que inovam. Como fica cada vez mais difícil conceber a próxima inovação, o processo se torna mais complexo. Mas os gestores têm de aprender com isso. Eles devem se ver como se estivessem construindo uma ponte sobre um abismo. A diferença é que ela está sendo montada ao mesmo tempo em que o próprio construtor está andando sobre ela.
Qual é o maior desafio para se implementar uma cultura inovadora em uma empresa?
Com certeza, é superar a última inovação feita. Este é o grande dilema das companhias que inovam. Como fica cada vez mais difícil conceber a próxima inovação, o processo se torna mais complexo. Mas os gestores têm de aprender com isso. Eles devem se ver como se estivessem construindo uma ponte sobre um abismo. A diferença é que ela está sendo montada ao mesmo tempo em que o próprio construtor está andando sobre ela.

Certificado de entidades beneficientes

A semana - 10/07/2007 13h50
Audiência debaterá certificado de entidades beneficentes

A Comissão de Educação e Cultura realiza na quinta-feira (12) audiência pública para discutir a concessão, a renovação e o cancelamento dos Certificados de Entidades Beneficentes de Assistência Social (Cebas). O certificado é fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e possibilita a isenção da cota patronal do INSS e de outras contribuições sociais. Podem requerer o certificado as entidades que atuem na promoção da proteção à família, no amparo a crianças e adolescentes carentes, na promoção gratuita da assistência educacional ou de saúde, entre outros.A proposta de realizar audiência é do deputado João Matos (PMDB-SC). Ele ressalta que o debate é necessários devido à importância das entidades beneficentes de assistência social, que suprem, por vezes, a ação do Estado por meio da filantropia.ConvidadosForam convidados para a audiência:- o presidente do CNAS, Silvio Iung;- o diretor-presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), Antônio Luiz Paranhos Ribeiro Leite de Brito;- o presidente da Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc), Eustáquio Afonso Araújo;- o presidente da Associação Nacional de Mantenedoras de Escolas Católicas do Brasil (Anamec), José Marinoni;- o presidente da Associação Brasileira de Instituições Educacionais Evangélicas (Abiee), Euler Pereira Bahia;- o representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio Rocha;- o presidente da Federação Nacional das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes), Eduardo Luiz Barros Barbosa;- o presidente da Associação Pestalozzi do Brasil, Wilmar de Siqueira.Também foram convidados representantes da Secretaria da Receita Federal e dos ministérios da Educação, da Saúde e da Assistência Social.A audiência está marcada para as 10 horas, no plenário 10.Notícias anteriores:Comissão aprova maior controle sobre entidade beneficenteDa Redação/PT(Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara')Agência CâmaraTel. (61) 3216.1851/3216.1852Fax. (61) 3216.1856E-mail:agencia@camara.gov.br

sábado, 7 de julho de 2007

Remuneração de dirigentes de OSCIP

Remuneração de dirigentes não afeta benefícios das OSCIPs

O art. 34 da Lei no10.637 de 30/12/2002 estabelece que a opção pela remuneração dos dirigentes de uma OSCIP não impede que sejam deduzidas as doações feitas a estas entidades, por empresas privadas, na forma do art. 13 da Lei no 9.245/95 e nem obstam o gozo da imunidade reconhecida no art. 150, inciso VI, alínea “c” da Constituição Federal, desde que atendidos os requisitos legais para tanto.

Dúvidas freqüentes

As entidades do Terceiro Setor devem efetuar retenções quando dos pagamentos às empresas prestadoras de serviços?

Sim, e é obrigatório que seja informado no documento fiscal o valor correspondente à retenção das contribuições incidentes sobre a operação. A nota fiscal da empresa prestadora de serviços deve trazer as alíquotas relativas à Contribuição Social Sobre o Lucro (CLS), à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Confins), ao Programa de Integração Social (PIS) e ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep). A exceção fica para o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), que as prestadoras de serviços estão dispensadas de informá-lo.
Para o caso das empresas beneficiárias de isenção, alíquota zero, ou optante pelo simples, as mesmas são obrigadas a informar esta condição na nota ou documento fiscal.

Publicação de balanço social

As ONGs são obrigadas a publicar seu balanço social em um jornal de grande circulação no município? Qual a legislação para o tema?
A publicação do balanço não é obrigatória, exceto quando a instituição recebe recursos públicos por meio de subvenções. A previsão legal é o decreto 50.517/61, alterado pelo decreto 60.931/67, art. 2º, letra g. De qualquer modo, o Conselho Federal de Contabilidade, que editou a Norma Brasileira de Contabilidade (NBC - T 6.1), recomenda a publicação do balanço como uma forma de a entidade demonstrar transparência e ética em suas atividades.

domingo, 1 de julho de 2007

Programa de aprendizagem para jovens

Desenvolvimento Responsabilidade Social22/6/2007 - 15h33minSão Paulo - Instituto Unibanco e ONG Cipó lançam guia do Programa de Aprendizagem Estúdio Aprendiz Manuais serão distribuídos gratuitamente às instituições formadoras de jovens.
O Instituto Unibanco e a ONG Cipó – Comunicação Interativa - publicam essa semana guias de informações sobre a metodologia e as etapas do Programa de Aprendizagem Estúdio Aprendiz. Estruturado com base na Lei de Aprendizagem, o Estúdio Aprendiz tem como objetivo a capacitação técnica dos jovens e a contratação dos mesmos por parte das organizações associadas.A metodologia, desenvolvida em vários módulos e aperfeiçoada desde 2004, foi consolidada em duas publicações, o Guia Metodológico e o Guia de Atividades, que serão distribuídas gratuitamente para as instituições formadoras de jovens registradas junto ao Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA).
"Vemos na publicação desse material uma oportunidade para aumentar uma maior aderência a Lei da Aprendizagem que é uma grande incentivadora na formação profissional de jovens que é um dos principais programas sociais do Instituto Unibanco.", explica Tomas Zinner, presidente do Conselho do Instituto Unibanco.
Sobre o Instituto Unibanco O Instituto Unibanco coordena e apóia atividades sociais, com foco de atuação na área educacional. Seu objetivo principal é participar ativamente de projetos que busquem preparar jovens para o exercício da cidadania e para o mercado de trabalho, por meio da educação - fonte de transformação e capacitação fundamental para a construção da dignidade do indivíduo. Os projetos apoiados pelo Instituto contribuem na redução da defasagem escolar, qualificação para o mercado de trabalho, incentivo ao voluntariado e capacitação de educadores, educação complementar e ambiental, com alto grau de multiplicação e de impacto social. Para mais informações acesse o site.
Sobre a CIPÓA CIPÓ Comunicação Interativa é uma associação sem fins lucrativos, fundada em 1999, que cria e dissemina metodologias de intervenção social que utilizam as tecnologias da comunicação para promover a garantia de direitos, o desenvolvimento e a participação de crianças, adolescentes e jovens. As iniciativas são disponibilizadas ainda para diversas instâncias da sociedade, a fim de que possam se apropriar e oferecer oportunidades mais qualificadas de formação e inserção social para os adolescentes e jovens de comunidades populares.
Nas escolas públicas, a CIPÓ capacita professores e alunos para que utilizem a tecnologia e peças de comunicação – como sites, programas de rádio, vídeos e jornais no processo de ensino/aprendizagem de conteúdos curriculares.

Em centros de inclusão digital, realiza programas que promovem o uso inteligente e criativo dos computadores. Nas comunidades, contribui no empoderamento de lideranças infanto-juvenis, que passam a usar os meios de comunicação como instrumento de monitoramento e influência de políticas públicas.

Junto a empresas, viabiliza a contratação e formação de jovens aprendizes via Lei da Aprendizagem. Com os veículos e profissionais da mídia, promove ações que potencializam o importante papel de informar e mobilizar a sociedade brasileira para fazer valer os direitos fundamentais de todas as crianças e adolescentes do país.

ECOAR- Material didático da OIT

ECOAR – Educação, Comunicação e Arte na Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Material didático da OIT, adaptado para a Língua Portuguesa com o apoio do Ministério da Educação (SECAD - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade).
A publicação foi preparada para que educadores em geral, pais e cidadãos possam, em suas atividades educativas, trabalhar temas relacionados aos Direitos Humanos das crianças, propor temáticas e disseminar práticas que promovam a prevenção e eliminação do trabalho infantil. Esta edição contém os seguintes módulos: informação básica; colagem; pesquisa e informação; entrevista e pesquisa; imagem; encenação de papéis; competição artística; escrita criativa; debate; mídia: rádio e televisão; mídia: impressa; dramatização; mundo do trabalho; integração da comunidade; gênero; guia do usuário; multiplicadores; declarações e convenções internacionais.

Desenvolvida pelo IPEC, a publicação tem como título original "SCREAM – Supporting Children's Rights through Education, Arts and Media". Para a essa primeira versão em português, adaptações foram feitas de forma a facilitar a sua aplicação na realidade nacional. A OIT e o MEC lançam essa edição do ECOAR - Educação, Comunicação e Arte na Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, com 18 módulos, contendo informação básica para educadores e informações gerais sobre o mundo do trabalho, além de uma série de propostas interdisciplinares de dinâmicas e de discussão sobre o tema do trabalho infantil, que incluem escrita criativa, dramatização, mídia impressa e de rádio e TV, pesquisa, colagem, competição artística entre outros.
Download do material
Mais informações: Organização Internacional do Trabalho - OITPrograma Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil – IPEC(61) 2106-4600, brasilia@oitbrasil.org.br
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação – SECAD (Assessoria de Comunicação)Tel. (61) 2104-9401 / 2104-9382
Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária-CENPEC(Lúcia Helena Nilson – She, Coordenadora de Projetos Educação e Comunidade) (11) 2132-9059, she@cenpec.org.br