quinta-feira, 23 de agosto de 2007

3setor e Planejamento Empresarial

21/08/2007 - 12h08Terceiro setor deve seguir planejamento empresarial Por Julia Dietrich, do Aprendiz Organizar os resultados, compilar as informações gerenciais, manter a contabilidade transparente e em dia, além de viabilizar indicadores de performance. Para o presidente da Brasilprev, empresa de previdência complementar, Eduardo Bom Angelo, essas são práticas fundamentais para que o terceiro setor sistematize suas ações e rume para a sustentabilidade. "Ao seguir o modo de funcionamento de uma empresa, com especial atenção à gestão e ao planejamento, as organizações não-governamentais (ONGs) certamente podem garantir independência da filantropia" , disse Angelo durante a Conferência Internacional Inovação para o Terceiro Setor, que aconteceu em São Paulo. O presidente da BrasilPrev explicou que o modelo de gestão de uma instituição do terceiro setor deve contemplar: gestão de talentos, desenvolvendo e treinando profissionais, geração de valor e gestão de resultados. "É fundamental que as ONGs sistematizem seus resultados e mantenham em ordem a contabilidade" , disse. Nesse sentido, uma preocupação das instituições deve ser materializar exatamente o que foi proposto. Segundo Angelo, não faz sentido, por exemplo, captar recursos para erradicar o analfabetismo de uma região e no lugar, organizar gincanas para crianças. Ao mesmo tempo em que a contabilidade é organizada e a prestação fica transparente, o terceiro setor deve guardar uma parcela dos recursos para investir em si mesmo. "Não dá para pensar em uma organização que funcione permanentemente no voluntariado. É preciso desenvolver e capacitar a equipe, oferecendo oportunidades reais de crescimento" , afirmou. TecnologiaO presidente da Microsoft no Brasil, Michel Levy, que também estava presente, acredita que, inserido à lógica dos modelos de gestão empresarial, o terceiro setor deve investir em novas tecnologias e se dedicar a ações comunitárias que trabalhem o tema. "A tecnologia, quando agregada à educação ou como instrumento educacional, é uma rica alavanca social", observou. Face ao que chama de uma exclusão social brutal, Levy apontou as tentativas da própria Microsoft no combate às desigualdades. "Nós temos como meta, até 2015, possibilitar a mais de um bilhão de pessoas o acesso à tecnologia. É uma obrigação empresarial garantir o avanço da população e a preservação do meio ambiente para as gerações futuras", disse. Para o diretor do William Davidson Institute, da Universidade de Michigan, Robert Kennedy, a ação da Microsoft faz todo o sentido e não beira a filantropia. "Não é porque a empresa é boazinha. Elas têm consciência de que é um potencial mercado a ser atingido. Quanto mais pessoas capacitadas, maior o poder de compra e menor a exclusão social. Todos ganham e, por isso, interessa também ao governo que sejam firmadas parcerias desse tipo", ponderou. Segundo o presidente da Brasilprev, é fundamental que o governo insista em parcerias com instituições de conhecimento e capacitação para a formação de lideranças comunitárias que dialoguem com as empresas, as ONGs e comunidades. "Elas são as pessoas mais indicadas para investigar e alavancar quais devem ser as causas defendidas pelas instituições de acordo com as especificidades locais", observou. Os temas discutidos na conferência internacional de Inovação para o Terceiro Setor, que encerrou as atividades no sábado (18) na cidade de São Paulo (SP), buscaram instruir as lideranças comunitárias, governamentais e empresarias na idéia de que é preciso reconhecer os instrumentos de gerência do capital para resolver os problemas de exclusão da população e a emergência da sustentabilidade do terceiro setor. (Envolverde/ Aprendiz)

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